Podemos considerar que nenhuma fonte de energia, ainda que renovável, está inteiramente livre de impactos ambientais. Mas, ao contrário de fontes como o carvão ou o petróleo, os impactos da energia fotovoltaica sobre o meio ambiente são reduzidos com relação à emissão de gases poluentes.
A energia solar possui baixos impactos ambientais, sendo a fonte de energia com a menor emissão de poluentes, porém ainda existem alguns impactos que devem ser considerados, como a produção e descarte de placas solares.
Impactos ambientais da manufatura de placas solares
A maioria dos painéis solares são hoje feitos na China.
Essa fabricação requer várias etapas: fabricação de silício, impressão do circuito elétrico, conexão de células fotovoltaicas, etc.. Esse processo consome uma quantidade significativa de energia, especialmente para derreter o vidro e cristalizar o silício.
Muito embora poucas fábricas chinesas sejam hoje equipadas com painéis fotovoltaicos, a energia usada na rede elétrica chinesa tende a se tornar cada vez mais verde. Ou seja, é certo que a energia utilizada na fabricação dos painéis solares será cada vez mais proveniente de energias renováveis.
Além disso, os processos de fabricação de painéis solares evoluem a cada ano, se tornando cada vez mais eficientes e usando menos energia.
Qual é a pegada de carbono de um painel solar?
O cálculo da pegada de carbono considera todas as emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa de uma atividade ou local.
Para saber a pegada de carbono exata de um painel fotovoltaico, deve-se levar em conta as emissões de gases de efeito estufa emitidas durante sua fabricação; durante o transporte da China para o Brasil; durante a sua vida útil – quando produz eletricidade e, finalmente, quando é processado, no final de sua vida.
Como mencionado anteriormente, a imensa maioria dos painéis solares são hoje fabricados na China. Uma vez fabricados, eles devem ser transportados para o Brasil. Isso geralmente é feito por navios enormes, que emitem CO2. Entretanto, graças ao seu tamanho, cada um desses navios carrega várias toneladas de painéis solares e, por consequência, a poluição individual de cada painel durante o transporte é mínima.
Uma vez instalados os painéis fotovoltaicos geram eletricidade por vários anos e, no final de sua vida, eles são reciclados.
A análise do Ciclo de Vida tem como objetivo estudar os impactos ambientais causados aos painéis solares durante sua vida útil. Esta dependerá, entre outros, do local de instalação e país de fabricação, sua orientação e sua inclinação.
Considerando o ciclo de vida de um painel solar (fabricação, transporte, operação, reciclagem), estima-se (relatório do IPCC) que um kWh produzido por um painel fotovoltaico emite em média 41 gCO2eq por kWh. De acordo com este mesmo relatório, um kWh produzido por uma usina a carvão emite em média 820 gCO2eq por kWh.
Ou seja, ao longo de sua vida, um painel solar produz muito mais energia do que a necessária para fabricá-lo. E note-se que, graças ao progresso da pesquisa no campo fotovoltaico, e o aumento de performance, os painéis solares estão pagando sua dívida de energia cada vez mais rapidamente.
Por exemplo, se em 1992, um painel fotovoltaico precisava de 5 anos para produzir a mesma quantidade de energia utilizada na sua fabricação hoje, essa mesma conta é compensada, em média, entre 1,5 e 2,5 anos!
Note-se que estamos falando que um equipamento vida útil (ao menos 80% da sua produção inicial é garantida) é de 25 anos e a duração total estimado a 40 anos ou mais.
Impactos ambientais no descarte de equipamentos de energia solar
Um painel solar fotovoltaico é composto por: alumínio, que forma a moldura; vidro, que representa entre 75 e 80% do painel; células fotovoltaicas, elas próprias compostas de silício cristalino; envoltório de plástico; e conexões de cobre e / ou prata.
Depois de separado e classificado, cada componente é enviado para seu próprio canal de reciclagem.
A nível mundial, o grau de reciclagem de painéis solares já se desenvolveu consideravelmente, atingindo hoje níveis entre 95 e 99% para a maioria dos fabricantes. Entretanto, no Brasil, essa matéria ainda não está regulamentada e sobretudo a questão da logística reversa. Por outro lado, há que considerar que os primeiros sistemas fotovoltaicos foram instalados em 2012 e que o desenvolvimento do uso dessa tecnologia só ocorreu realmente a partir de 2017.
Assim, considerando vida útil ideal dos painéis fotovoltaicos (estimada em cerca de 25 anos), há ainda alguns bons anos até que o descarte desses equipamentos comece a ocorrer de forma volumosa. Espera-se que, antes disso, a questão seja devidamente tratada, o que muito provavelmente acontecerá, devido ao grande valor desses resíduos.
Por exemplo, canais de reciclagem de painéis fotovoltaicos estão a ser organizados em França e na Europa, em particular desde a criação em 2007 da associação PV Cycle, que reúne fabricantes europeus de painéis fotovoltaicos para organizar a recolha e reciclagem. Desde 2014, os fabricantes e importadores de painéis fotovoltaicos têm a obrigação legal de receber gratuitamente equipamentos solares em fim de vida. E eles são obrigados a participar financeiramente na coleta e tratamento de resíduos. Esses esforços não apenas limitam as necessidades de matéria-prima, mas também reduzem a dependência de painéis solares importados da China.
Investir em uma instalação solar significa, portanto, beneficiar-se de energia limpa por muito tempo.
(Fontes: Portal Solar, insunwetrust.solar)